Noticiou o Diário de Coimbra:
Complexo Social de Miro
transformou sonho em obra
O Complexo Social de Miro, que vai servir a população de Penacova, foi inaugurado ontem. Lar de idosos, centro de dia, serviço de apoio domiciliário e creche são as quatro valências do complexo que ontem, na inauguração oficial, recebeu o presidente da Câmara Municipal de Penacova, Maurício Teixeira Marques e o ministro do Trabalho e Solidariedade Social, José Vieira da Silva, numa visita “guiada” pelo presidente do Grupo de Solidariedade Social, Desportivo, Cultural e Recreativo de Miro (GSSDCRM) e grande
paladino do projecto, Manuel Nogueira.
A cerimónia começou com a bênção, a cargo do cónego Leal Pedrosa, vigário geral da Diocese de Coimbra, que benzeu o complexo, bem como aqueles que vão beneficiar dela e também aqueles que nela vão trabalhar.
A visita às instalações começou pela creche, que além de sala de recobro, berçário, refeitório e salas dedicadas às várias idades, possui casas de banho adequadas aos mais pequenos. O lar também recebeu a visita da comitiva liderada por Vieira da Silva, que teve oportunidade de ver os quartos, duplos ou individuais, todos eles com casa de banho, duas salas de convívio e ainda casa de banho construída a pensar naqueles que têm algum tipo de debilitação ou deficiência. As instalações usufruem ainda de um salão, para as mais variadas ocasiões, e uma cozinha.
Manuel Nogueira, responsável do Grupo de Solidariedade Social, Desportivo, Cultural e Recreativo de Miro, iniciou a sessão dizendo que o complexo é o «culminar de um sonho» não só da GSSDCRM, que já existe desde 1978, mas também dele próprio. O presidente da instituição lembrou que «apesar de muita gente não ter acreditado na viabilidade da obra», ele seguiu em frente, sendo que hoje o complexo é aquilo que todos os presentes podem ver. «Não sei caminhar sozinho, nem fazer sozinho, pois esta é uma obra de todos e para todos», referiu ainda.
Assinado o acórdão de cooperação, entre a Segurança Social e o Complexo Social de Mira, Vieira da Silva tomou a palavra referindo que «nem sempre os sonhos se tornam realidade, mas se não se sonhar a obra não nasce», elogiando a forma «muito bem consagrada» com que conseguiram conciliar todas as valências presentes no complexo, dizendo ainda que «é um bom consenso de valências e uma forma de colocar as gerações em contacto». O ministro do Trabalho e da Segurança Social, prosseguiu, afirmando que «esta é uma obra em que nos devemos unir e concentrar esforços, pois é benéfica para todos» e «as obras significam progresso», disse ainda. «Daqui a uns anos, o que vai ficar na memória não são os nomes inscritos nas placas, mas sim a qualidade da instituição e a qualidade de vida que proporciona às pessoas», salientou o ministro, num claro elogio ao trabalho desenvolvido pelo Complexo Social de Miro.
Terminada a sessão, seguiu-se um beberete, acompanhado das actuações do Rancho Típico de Miro “Os Barqueiros do Mondego” e do Rancho Folclórico e Etnográfico do Zagalho e Vale do Conde, de Penacova.
A creche já conta com uma ocupação que ronda os 50 por cento e o lar já não aceita mais reservas, tendo em conta a vasta adesão que o mesmo suscitou.
O complexo conta com cerca de 40 funcionários, entre os quais educadoras de infância, auxiliares de lar, enfermeiros, médicos e cozinheiros, que são indispensáveis ao bom funcionamento das instalações.
“Saltou a tampa” ao presidente da Câmara
Coube a Maurício Teixeira Marques o discurso menos “low profile” da cerimónia. Agastado com a forma como os governantes “correm” para as inaugurações, numa mal encapotada campanha eleitoral, o presidente da Câmara de Penacova não se escusou de dizer isso mesmo a Vieira da Silva. Falando de improviso, o autarca lamentou que «apenas hoje, às 10h49, tenha tido conhecimento oficial da visita do senhor ministro a Penacova». Uma falta/falha de solidariedade, senão mesmo de educação que Maurício Teixeira Marques fez questão de anunciar publicamente, dizendo o que lhe ia na alma, perante o visível embaraço do governante.
O autarca social-democrata, que não se recandidata, recebeu um forte aplauso no final do discurso, onde fez ainda questão de dar conta do apoio que, desde a primeira hora, o município deu à instituição, garantindo «um financiamento de mais de 200 mil euros». «Sou autarca há 20 anos e sempre apoiei as instituições e IPSS´s do concelho, sem qualquer contrapartida», disse ainda, crítico, Mauricío Teixeira Marques.
Texto Diário de Coimbra
Imagens: Penacova Online